Provavelmente em algum momento da vida você deve ter ouvido a frase "Isso é castigo de Deus". Geralmente ouvimos essa frase ainda quando crianças e pensamos automáticamente. Deus é um tirano que castiga e maltrata seus filhos. Isso nos faz ter medo de Deus.
Realmente devemos ter para com Deus um santo temor, mas não desse tipo. Hoje falaremos sobre o dom do Temor de Deus e como esse dom é na verdade uma expressão do seu amor.
Para isso precisaremos compreender os tipos de temor.
- Temor covarde (Convardia).
- Temor servil ou do castigo (Escravo que teme o chicote).
- Termor filial (amor do filho para com o pai).
Temor Covarde
O temor covarde como o nome ja diz trata-se da covardia. Esse temor é um temor reprovavel. É o tipo de medo que trava nossas ações, nos impedem de progredir na fé.
Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de domínio próprio. Portanto, não se envergonhe do testemunho do nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus. Ele nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não por causa das nossas obras, mas por sua própria determinação e graça. Essa graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os tempos eternos 2Timótio 1: 7-9.
A palavra de Deus atesta ao menos 365 vezes - "Não tenhais medo", é justamente desse temor covarde que a palavra de Deus se refere. Observemos os exemplos dos santos martires, que frente ao grande mal, ou de uma grande perseguição não foram covardes, e anunciaram com destemor a boa nova da salvação mesmo que isso custasse-lhes a vida.
Ora, se é um ato reprovavel como poderia a covardia ser um dom do Espirito Santo? Em breve vamos esclarecer o que de fató é o Temor de Deus.
O Temor Servil.
O temor servil por sua vez trata-se do medo das conscequências de uma ação. Esse era o temor que nossas mães (ainda que de forma inocente) implantaram nas nossas cabeças quando diziam: "não faz isso que Deus castiga".
Trata-se de um temor das consequências dos meus atos, medo de uma condenação ou de uma retaliação.
Esse tipo de temor também não pode ser considerado um dom de Deus. Por dois motívos lógicos, distintos e complementares.
- Deus não castiga ninguém.
- Você é livre para agir, mas deve arcar com as consequências.
Veja o exemplo hipotético: "João pilotava a moto em alta velocidade e sofreu um acidente". Veja que o acidente não foi uma ação de Deus, mas uma consequência dos atos de João. Não é justo colocar a culpa em Deus.
O mesmo vale para um fumante, que após 40 anos fumando diariamente descobre um cancer no pulmão. Não foi Deus quem colocou a doença lá, mas o fumante fez isso a si próprio.
Mas e quanto ao inferno? Não seria ele um castigo eterno?
Sim, mas não é um castigo imposto por Deus, e sim uma consequência direta da nossas ações durante uma vida onde escolhemos rejeitar a Deus, e uma vez perante a verdade escolhemos nos afastar por reconhecer nossa indignidade do Céu. Nós mesmos nos condenamos.
Espero que até essa altura tenha ficado claro que Deus não castiga.
Mas então o que é o Temor de Deus?
Temor Filial.
O Dom do Temor de Deus é o termor filial. Isto é o amor de um filho para com o Pai. O mesmo amor que teme, não ao Pai, mas estar distante do Pai. Ou seja, o temor de Deus é o temor de ofender a Deus, de desagrada-lo, de decepcionar e rejeitar o seu amor.
O dom do temor de Deus esta apoiado na virtude da humildade. Essa virtude nos ajuda a reconhecer nossa miséria e impede que sejamos presunçosos, reconhecendo que podemos oofender a Deus. A virtude da temperança também é fruto desse dom, visto que ela modera noassas concupiscências e impulsos desordenados.
Os santos são verdadeiros modelos do santo temor de Deus. São Luís de Gonzaga por exemplo, chorou copiosamente ao confessar-se de faltas que segundo a visão da marioria de nós nem poderia ser chamadas de pecado. Entretando a minima possibilidade de ofender a Deus era insuportavel a ele.
Peçamos a Deus a graça de receber de Deus esse Dom que nos orienta a santidade e nos ajuda a vencer o pecado por amor a Deus!
Salve Maria, nos vemos em breve.
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